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quarta-feira, 31 de março de 2010

UMA POR TODAS E TODAS POR UMA!

Reflexões de uma Penélope
Por Luciana Leal

Esse negócio de correr só com mulheres dá muito que falar. A experiência é, no mínimo, interessante.

A reunião para estabelecer os objetivos da equipe foi num café. Depois de conversarmos sobre relacionamentos, filhos, casa, cabelo e menstruação, regado a café, sanduíche e chocolate, ficou definido que faríamos o CNA de Alagoas e ficaríamos entre as cinco primeiras equipes. Que ousadia, heim?!
O treino de mecânica de bike foi realizado em meio à filharada passando pra lá e pra cá e muita gargalhada. Saímos todas podres de graxa!
Nossa chegada foi algo bem diferente. Todos nos viam. Parecia que estavam nos esperando, mas sem saberem exatamente o que fomos fazer ali. Quatro mulheres de camisa rosa, de unhas pintadas de rosa e carinha de boas moças. Não nos deram muita confiança...
Confesso que quando vi a lista de inscritos fiquei pensando como nos encaixaríamos entre os cinco melhores. Bom! A diferença poderia ser uma boa navegação, manter sempre o foco na prova, ir sempre em frente e não desistir.
Se a prova foi dura!??? Foi dura o suficiente para uma prova de 160km. Se começar de madrugada então.. fica mais emocionante. Se não for difícil perde a graça.
Tivemos que respeitar as nossas sensações, reduzir os desconfortos, acompanhar o ritmo de quem estava menos forte, estimular o avanço. Preocupamos-nos com a hidratação, o sol estava muito forte durante o dia, as subidas eram cruéis, desgastaram muito. Alimentamos-nos muito bem! Thays quem cuidou disso, e trabalhou bem, se lembrando de proteína, carboidrato, repositores. Tinha hora que dava vontade de perguntar: “o que é proteína mesmo?”.
Thays é muito forte e tem uma capacidade de puxar o grupo incrível! Sempre estava na frente, abrindo porteiras, passando a cerca, pegando as bicicletas, ajudando a todas.
A iluminação também fez uma diferença danada! Deu-nos muita segurança na hora de enfrentar as ladeiras e entrar em lugares mais fechados.
Largamos entre os últimos e fomos ganhando força à medida que a prova foi acontecendo. Gabriela, a nossa capitã, manteve o foco na prova o tempo todo, estimulou nosso progresso até o último minuto. Tanto que eu fiquei muito tranquila para navegar... deu para me concentrar e compartilhar a navegação com as meninas, deixando todas dentro da prova o tempo todo. Na verdade, cada uma tem o seu perfil de liderança e deixar todas liderarem, em cada momento da prova faz uma diferença danada.
Saroca tem razão.. eu fiquei engraçada..rsrs! Quando elas me perguntavam se estava perto eu dizia que sim, mas era só uma questão de referência. Pior era quando me perguntavam se era por ali mesmo e eu arregalava os olhos e dizia um “eu não sei” assustado. Mas eu sabia para onde estávamos indo, viu!? Guerreirona, a nossa amiga! Sofreu do começo ao fim da prova. Deu o sangue pra agüentar chegar ao fim e nem lembramos de cantar os parabéns no final da corrida!
O mapa estava bem legal! Atualizado e com muitas opções de caminhos. Quando o caminho escolhido parecia complicado, nós resolvíamos rapidinho com uma mudança de estratégia. Fizemos escolhas felizes durante toda a prova.
O momento mais difícil da prova foi na segunda noite quando Thays e Saroca sentiram medo. Medo de gente! Tinha muita gente bêbada em todos os vilarejos por onde passávamos. Os homens ficavam curiosos, se aproximavam. Tivemos medo de cachorro também! Ah! E de boi também! E vencemos todos os nossos medos!
No final da contas o que conta mesmo é a sintonia da equipe. Isso nós tivemos de sobra.
Pra nós foi uma colocação ótima! Concretizados o objetivo! E dedicamos esta 4ª colocação às mulheres! Nós temos força e resistência! Somos guerreiras! Todas as mulheres que se propõem a fazer Corrida de Aventura são GUERREIRAS!


Beijos!


Luciana Penélope do Agreste

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