Por Sara Santos
Nossa prova começou na quinta-feira à noite, naquele corre-corre típico para comprar as coisas que faltaram. Na sexta-feira fomos todos os 12 Aventureiros do Agreste para a ilha de Itaparica acompanhar o briefing da prova e dormimos na casa do pai de Ítalo, providencial essa ajuda. Obrigada Ítalo!
Após o briefing arrumamos as nossas coisas de aventureiros e fomos estudar o mapa. Fizemos todas as marcações, medidas de distâncias, embalamos as comidas. Terminamos de plastificar os mapas e Ítalo e Azoubel estavam num pé de guerra sobre qual a melhor técnica de plastificar mapas, um discutia que a transformada de Laplace seria melhor opção para cortar o papel, o outro que pelo teorema de Gauss seria mais fácil... Pareciam duas crianças brigando a nós, claro, nos acabando de rir... Ops já são 3h da manhã! Vamos dormir galera.
Na manhã seguinte acordei meio zonza, a noite foi bem barulhenta com o ronco de Cláudio, teve horas que eu achei que ele tava passando mal... Corre-corre, gente passando de um lado para outro, Mauro pedindo papel higiênico pela fresta da porta, amarração de mochilas, hipoglós, aff quanta coisa! Mas garanto que aquela casa foi a melhor de todas nesse quesito, imaginem 12 AA na mesma casa, isso que é equipe.
A equipe Aventureiros do Agreste 3000 foi formada por Saroca, Manu Véio, Márcio Xuxu e Fábio (precisamos de um codinome para esse garoto). Largamos com Márcio e Fábio correndo, eu nadei e Manu tomou conta das coisas. A largada que deveria ocorrer simultaneamente para as duas categorias teve uma diferença de 15 minutos para a natação. Eu tava tão nervosa de nadar no mar! Minha barriga tava dando voltas, quando entrei no barco e vi a maioria com pé-de-pato pensei logo “me fu#*”. O pessoal perguntava “cadê seu pé-de-pato?” E eu respondia “sou pobre, não tenho!”. Depois de muita braçada e batida de perna cheguei na praia, minha felicidade é que não fui a última. Corri para vestir a roupa, enquanto estava me trocando os meninos chegaram, nos juntamos e pegamos a canoa. O pescador disse que tava entrando um pouquinho de água, só um pouquinho... Perto da ilha do Medo dava para ver a água borbulhando pelo fundo para dentro do barco, imaginem se fosse muito...
A caminho da ilha do Medo, que mais parecia Harper’s Island, Manu contou que os pescadores não dormem na ilha, por isso o nome. Eles vão até lá pescar, limpam as canoas e dormem na beira da praia dentro das canoas com medo dos espíritos...
Batemos o PC 2 e seguimos remando. Que dificuldade viu? Remar sentado naquela canoa era muito ruim, doía a coluna, doía o trapézio, doía o ombro. Doía tanto que parou de doer... Vixe! De repente o vento mudou, surgiram marolas e começou a entrar água na canoa não só do fundo, mas pelos lados. Parecia que não saímos do lugar, eu parei de remar e só fiquei tirando água e os meninos se acabando. Márcio deu a voz do comando e começamos a remar por contagem para sincronizar. Foi massa! Conseguimos avançar dessa forma. Troca de posição para doer menos, Márcio foi remar no meio, eu fui pro leme. E entre a água que invadia a canoa, o vento forte e o cofrinho de Fábio aparecendo conseguimos chegar ao PC 3 e pegar as bikes.
Iniciamos a trilha de bike, encontramos a equipe de Maurão e ficamos meio perdidinhos por pouco tempo até Márcio nos encontrar. Esse trecho foi muito adventure! A trilha lindíssima, muito push bike, nós estávamos andando por trilha de animais, muita lama endurecida, muito downhill, os meninos detonaram. Nossa tô com vontade de voltar lá para fazer essa trilha de novo! Aqui cabe uma exaltação a Xuxu macho que fez uma navegação brilhante! PARABÉNS! Saímos do mato e ainda ajudamos uma equipe que estava perdida. Pegamos o PC da igrejinha em ruínas e seguimos para Baiacu. Chegamos com o horário da maré cheia, Fábio estava morrendo de fome, eu tava super cansada, paramos para jantar! Nossa que chique! Os meninos compraram macarrão para D. Cecé e sua filha Lulu (que não é Quilda) cozinharem com bife ao molho. Nesse momento conhecemos o simpático gordinho chamado Dylan, isso mesmo, ele disse que seu pai é roqueiro e colocou esse nome em homenagem à Bob Dylan, que figura. O jantar estava delicioso, uma maravilha! Descobri uma pessoa que come mais do que eu e fica pior do que eu quando está com fome. Rsrs. A dupla Calangos se juntou a nós e tivemos uma hora de descanso e reposição energética.
Partimos para o mangue, encontramos AA1 voltando e fomos deixar nossas bikes em Ponta Grossa. Voltamos para Baiacu e pegamos a canoa. O PC 8 avisou que a terceira perna de remo foi cortada e os PC’s 16 e 17 foram cortados também. No lugar do remo faríamos trekking e do PC 15 seria direto para o PC 18, a chegada. Como a maré estava baixa a canoa estava na lama do mangue, a gente teve que empurrar e foi bem difícil. Eu atolei logo na lama e fiquei lutando para sair dela enquanto os meninos chegavam na água com a embarcação, rsrsrs, foi muito engraçado.
Um pescador nos deu a dica e começamos a remar a segunda perna em direção a Matarandiba. Mal começamos e atolamos numa coroa de areia, empurramos a canoa e continuamos. Paramos em outro banco de areia e fomos conferir nossa direção com uns pescadores, tinha até um fogareiro dentro da canoa de um deles. Quando chegamos perto percebemos que o cara estava de cueca! Imaginem a cena, os quatro pedindo informação a um pescador de cueca! Eu não sabia para onde olhar, queria rir, mas me segurei para ele não ficar com raiva da gente. Eu dormi enquanto remava, não agüentava mais ficar sentada no chão daquelas canoas, tava com o bumbum quadrado. Xuxu me mandou de volta pro leme, pra me acordar rsrs. Manu ficou falando umas coisas estranhas que não conseguimos entender enquanto remava meio que dormindo acordado, tipo um zumbi. Para essa perna de remo gastamos 1h45, foi muito bom comparado ao tempo de outras equipes que levaram 4h para chegar porque fizeram a volta para evitar os bancos de areia. Nós fomos brutos e cortamos todos os bancos de areia, rsrsrs.
Chegamos no PC 9 e nos disseram que as equipes que já tinham saído de lá há 2 horas não tinham chegado ainda no PC 14. Márcio foi com Manu pegar os virtuais. Eu fiquei esperando com Fábio. Várias equipes estavam perdidas atrás dos virtuais. O pessoal de Feira voltou primeiro dizendo que graças a um contador de passos que tava com Márcio eles acharam o PC 10. Grande Manu! Reconhecidamente o melhor contador de passos da Bahia! Contador de Passos 3000!
Ficamos na expectativa dos meninos voltarem e nada. Eu tava caindo de sono, com a cabeça pendendo para os lados, para frente e para trás. Os dois voltaram 4h da manhã e não conseguiram o PC 11. Como Manu disse “me senti derrotado psicologicamente. Nós cobrimos toda a área do topo do morro e nada...”. Passaram o rádio para os bombeiros, avisando de uma equipe pedindo socorro em um trecho de travessia. 4:30 da manhã e nenhuma equipe chegara ao PC 14. Que prova danada ein? Márcio queria continuar, ele estava bem pilhado. Manu queria 50%. Fábio não quis continuar por cauda do horário. Para mim, pela primeira vez, a brincadeira perdeu a graça e eu quis parar. Sei que meu silêncio pesou na decisão e AA 3000 encerrou a corrida no PC 10.
Conseguimos uma carona com o pessoal da Calangos e Manu foi buscar o carro dele. Esperamos mais 2h para ele voltar, deitei no passeio de novo e dormi. Um cachorro veio latir na minha cara porque provavelmente eu tava dormindo no lugar dele, me dando a maior bronca, rsrsrs.
Bom queria dizer que essa prova foi muito boa. Bem montada, diversificada, o mapa estava excelente. A minha equipe foi show, nota 3000.
Manu: meu contador de passos favorito! Você merece todo o reconhecimento do pessoal da corrida. Além de ser o melhor de todos é humilde, companheiro, divertido. Um aventureiro de primeira! Adoro correr com você! É muito bom te ter na equipe!
Márcio Xuxu: Adorei correr com você de novo. Sua navegação foi nota 3000! O trecho da bike foi excelente, você botou pra f&*%! Sei que ficou triste com nossa parada, mas quero que saiba que sua atuação foi fantástica.
Fábio: esse garoto é uma máquina de comer, ele come toda hora, o tempo todo e fica nervoso quando está com fome. Super alto astral, estava sempre puxando a contagem da canoa e dizendo palavras motivadoras. Foi muito legal correr contigo.
Eu sempre digo que a corrida de aventura é uma experiência psicológica, a cada corrida eu vivencio emoções diferentes e me conheço melhor. Eu achava que se um dia desistisse de uma corrida seria uma fracassada e não saberia lidar com esse sentimento.. . Que nada! Estou me sentindo ótima, me diverti, conheci lugares lindos, passei por experiências novas e renovadoras. Claro que o objetivo sempre será finalizar, mas com a maturidade vem também o conhecimento dos seus limites e de seus objetivos. O importante é se sentir bem no final das contas. E o que vale é a diversão de fazer o que se gosta com as pessoas certas.
Após o briefing arrumamos as nossas coisas de aventureiros e fomos estudar o mapa. Fizemos todas as marcações, medidas de distâncias, embalamos as comidas. Terminamos de plastificar os mapas e Ítalo e Azoubel estavam num pé de guerra sobre qual a melhor técnica de plastificar mapas, um discutia que a transformada de Laplace seria melhor opção para cortar o papel, o outro que pelo teorema de Gauss seria mais fácil... Pareciam duas crianças brigando a nós, claro, nos acabando de rir... Ops já são 3h da manhã! Vamos dormir galera.
Na manhã seguinte acordei meio zonza, a noite foi bem barulhenta com o ronco de Cláudio, teve horas que eu achei que ele tava passando mal... Corre-corre, gente passando de um lado para outro, Mauro pedindo papel higiênico pela fresta da porta, amarração de mochilas, hipoglós, aff quanta coisa! Mas garanto que aquela casa foi a melhor de todas nesse quesito, imaginem 12 AA na mesma casa, isso que é equipe.
A equipe Aventureiros do Agreste 3000 foi formada por Saroca, Manu Véio, Márcio Xuxu e Fábio (precisamos de um codinome para esse garoto). Largamos com Márcio e Fábio correndo, eu nadei e Manu tomou conta das coisas. A largada que deveria ocorrer simultaneamente para as duas categorias teve uma diferença de 15 minutos para a natação. Eu tava tão nervosa de nadar no mar! Minha barriga tava dando voltas, quando entrei no barco e vi a maioria com pé-de-pato pensei logo “me fu#*”. O pessoal perguntava “cadê seu pé-de-pato?” E eu respondia “sou pobre, não tenho!”. Depois de muita braçada e batida de perna cheguei na praia, minha felicidade é que não fui a última. Corri para vestir a roupa, enquanto estava me trocando os meninos chegaram, nos juntamos e pegamos a canoa. O pescador disse que tava entrando um pouquinho de água, só um pouquinho... Perto da ilha do Medo dava para ver a água borbulhando pelo fundo para dentro do barco, imaginem se fosse muito...
A caminho da ilha do Medo, que mais parecia Harper’s Island, Manu contou que os pescadores não dormem na ilha, por isso o nome. Eles vão até lá pescar, limpam as canoas e dormem na beira da praia dentro das canoas com medo dos espíritos...
Batemos o PC 2 e seguimos remando. Que dificuldade viu? Remar sentado naquela canoa era muito ruim, doía a coluna, doía o trapézio, doía o ombro. Doía tanto que parou de doer... Vixe! De repente o vento mudou, surgiram marolas e começou a entrar água na canoa não só do fundo, mas pelos lados. Parecia que não saímos do lugar, eu parei de remar e só fiquei tirando água e os meninos se acabando. Márcio deu a voz do comando e começamos a remar por contagem para sincronizar. Foi massa! Conseguimos avançar dessa forma. Troca de posição para doer menos, Márcio foi remar no meio, eu fui pro leme. E entre a água que invadia a canoa, o vento forte e o cofrinho de Fábio aparecendo conseguimos chegar ao PC 3 e pegar as bikes.
Iniciamos a trilha de bike, encontramos a equipe de Maurão e ficamos meio perdidinhos por pouco tempo até Márcio nos encontrar. Esse trecho foi muito adventure! A trilha lindíssima, muito push bike, nós estávamos andando por trilha de animais, muita lama endurecida, muito downhill, os meninos detonaram. Nossa tô com vontade de voltar lá para fazer essa trilha de novo! Aqui cabe uma exaltação a Xuxu macho que fez uma navegação brilhante! PARABÉNS! Saímos do mato e ainda ajudamos uma equipe que estava perdida. Pegamos o PC da igrejinha em ruínas e seguimos para Baiacu. Chegamos com o horário da maré cheia, Fábio estava morrendo de fome, eu tava super cansada, paramos para jantar! Nossa que chique! Os meninos compraram macarrão para D. Cecé e sua filha Lulu (que não é Quilda) cozinharem com bife ao molho. Nesse momento conhecemos o simpático gordinho chamado Dylan, isso mesmo, ele disse que seu pai é roqueiro e colocou esse nome em homenagem à Bob Dylan, que figura. O jantar estava delicioso, uma maravilha! Descobri uma pessoa que come mais do que eu e fica pior do que eu quando está com fome. Rsrs. A dupla Calangos se juntou a nós e tivemos uma hora de descanso e reposição energética.
Partimos para o mangue, encontramos AA1 voltando e fomos deixar nossas bikes em Ponta Grossa. Voltamos para Baiacu e pegamos a canoa. O PC 8 avisou que a terceira perna de remo foi cortada e os PC’s 16 e 17 foram cortados também. No lugar do remo faríamos trekking e do PC 15 seria direto para o PC 18, a chegada. Como a maré estava baixa a canoa estava na lama do mangue, a gente teve que empurrar e foi bem difícil. Eu atolei logo na lama e fiquei lutando para sair dela enquanto os meninos chegavam na água com a embarcação, rsrsrs, foi muito engraçado.
Um pescador nos deu a dica e começamos a remar a segunda perna em direção a Matarandiba. Mal começamos e atolamos numa coroa de areia, empurramos a canoa e continuamos. Paramos em outro banco de areia e fomos conferir nossa direção com uns pescadores, tinha até um fogareiro dentro da canoa de um deles. Quando chegamos perto percebemos que o cara estava de cueca! Imaginem a cena, os quatro pedindo informação a um pescador de cueca! Eu não sabia para onde olhar, queria rir, mas me segurei para ele não ficar com raiva da gente. Eu dormi enquanto remava, não agüentava mais ficar sentada no chão daquelas canoas, tava com o bumbum quadrado. Xuxu me mandou de volta pro leme, pra me acordar rsrs. Manu ficou falando umas coisas estranhas que não conseguimos entender enquanto remava meio que dormindo acordado, tipo um zumbi. Para essa perna de remo gastamos 1h45, foi muito bom comparado ao tempo de outras equipes que levaram 4h para chegar porque fizeram a volta para evitar os bancos de areia. Nós fomos brutos e cortamos todos os bancos de areia, rsrsrs.
Chegamos no PC 9 e nos disseram que as equipes que já tinham saído de lá há 2 horas não tinham chegado ainda no PC 14. Márcio foi com Manu pegar os virtuais. Eu fiquei esperando com Fábio. Várias equipes estavam perdidas atrás dos virtuais. O pessoal de Feira voltou primeiro dizendo que graças a um contador de passos que tava com Márcio eles acharam o PC 10. Grande Manu! Reconhecidamente o melhor contador de passos da Bahia! Contador de Passos 3000!
Ficamos na expectativa dos meninos voltarem e nada. Eu tava caindo de sono, com a cabeça pendendo para os lados, para frente e para trás. Os dois voltaram 4h da manhã e não conseguiram o PC 11. Como Manu disse “me senti derrotado psicologicamente. Nós cobrimos toda a área do topo do morro e nada...”. Passaram o rádio para os bombeiros, avisando de uma equipe pedindo socorro em um trecho de travessia. 4:30 da manhã e nenhuma equipe chegara ao PC 14. Que prova danada ein? Márcio queria continuar, ele estava bem pilhado. Manu queria 50%. Fábio não quis continuar por cauda do horário. Para mim, pela primeira vez, a brincadeira perdeu a graça e eu quis parar. Sei que meu silêncio pesou na decisão e AA 3000 encerrou a corrida no PC 10.
Conseguimos uma carona com o pessoal da Calangos e Manu foi buscar o carro dele. Esperamos mais 2h para ele voltar, deitei no passeio de novo e dormi. Um cachorro veio latir na minha cara porque provavelmente eu tava dormindo no lugar dele, me dando a maior bronca, rsrsrs.
Bom queria dizer que essa prova foi muito boa. Bem montada, diversificada, o mapa estava excelente. A minha equipe foi show, nota 3000.
Manu: meu contador de passos favorito! Você merece todo o reconhecimento do pessoal da corrida. Além de ser o melhor de todos é humilde, companheiro, divertido. Um aventureiro de primeira! Adoro correr com você! É muito bom te ter na equipe!
Márcio Xuxu: Adorei correr com você de novo. Sua navegação foi nota 3000! O trecho da bike foi excelente, você botou pra f&*%! Sei que ficou triste com nossa parada, mas quero que saiba que sua atuação foi fantástica.
Fábio: esse garoto é uma máquina de comer, ele come toda hora, o tempo todo e fica nervoso quando está com fome. Super alto astral, estava sempre puxando a contagem da canoa e dizendo palavras motivadoras. Foi muito legal correr contigo.
Eu sempre digo que a corrida de aventura é uma experiência psicológica, a cada corrida eu vivencio emoções diferentes e me conheço melhor. Eu achava que se um dia desistisse de uma corrida seria uma fracassada e não saberia lidar com esse sentimento.. . Que nada! Estou me sentindo ótima, me diverti, conheci lugares lindos, passei por experiências novas e renovadoras. Claro que o objetivo sempre será finalizar, mas com a maturidade vem também o conhecimento dos seus limites e de seus objetivos. O importante é se sentir bem no final das contas. E o que vale é a diversão de fazer o que se gosta com as pessoas certas.
Um beijo enorme a todos Aventureiros e até a próxima.
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