Tudo começou quando perdi aquela famigerada fitinha... RS! Não... volta mais! Pra começar, quero dizer que desorganização é uma doença altamente contagiosa e parece incurável Falta de treino também!
Segundo Mauro, nosso apoio tava certo. NINGUÉM seria nosso apoio! Equipamentos arrumados de última hora... corre, corre! Quem vai fazer apoio!? Sobrou pra Fred outra vez, agora como apoio!
Largada às 22h! Corrida de 5km pelas ruas de Feira de Santana. No meio do caminho pegamos a senha-fitinha, correndo junto com o bolo, quase chegando... cadê a fitinha!??? “Meu Deus! Eu perdi a fitinha! Vou voltar!” Voltei igual a uma louca, desvairada! Confesso que tive vontade de pegar qualquer plástico no meio da rua, de arrancar a fitinha da mão de alguém, de voltar sem porra de fitinha nenhuma! (Tudo tentativa de Zé,meu anjo da guarda, pra me fazer voltar), mas a minha honestidade falou alto demais, mais do que deveria. E às vezes você tem que saber a diferença entre ser honesto e ser bocó. Corri! Botei meus bofes pra fora! Não cogitei a possibilidade de ninguém mais, além da bocó que vos escreve, fazer aquele percurso outra vez! Tive que me castigar mesmo sem estar treinada pra fazer aquela força toda. E, toda “explicativa” como sou, ia falando pra todos que vinham em minha direção, já que eu ia ao contrário do fluxo, que perdi a fitinha. E, quando cheguei lá, Evinho me mandou voltar que não precisava pegar outra vez. Como eu me senti?? Sem comentários! Quem manda ser debilóide!?
Termina de contar?! Bom! Perdemos meia hora nessa brincadeira. Scavuzzi me esperava numa esquina. Transição para a bike, voando pelo asfalto, parando o trânsito, literalmente e partimos pra a beira do rio para remar uns 12km noite adentro. . Na beira do rio, fui de meias, com os tênis nas mãos e ganhei uma coleção de carrapichos nos pés. Putz! Arranquei as meias dos pés, já sabendo que teria de fazer o trekking seguinte sem elas.
O remo até o PC 3 era de uns 6km. Remamos com vontade, dentro da nossa falta de treino, sem ver nem uma luzinha à nossa frente. Sei que perto do PC 3 encontramos uma equipe, ou será que ela que nos encontrou? RS! Nem lembro! Voltamos para o 4 sem grandes novidades, mas numa animação doida, afinal, a gente sempre dá um jeito de recuperar posições. E confiamos nisso até o último minuto da Corrida. Do PC4 partimos para o trekking naquele breu absurdo! “Porque é que esse povo só faz prova sem lua?” Acha uma casinha, acha duas, late cachorro, “é por aqui!”, “volta que o azimute ta ao contrário!”, e pula cerca! Eu sei que a gente acabou encontrando o charco, o rio, passamos por algumas equipes e o PC5 apareceu. Makaíra e Gantuá ficaram pra trás! Mas ainda tinha muita prova pela frente e muita equipe também.
No PC5 encontramos nosso apoio com o reforço da nossa dupla campeã 55km(Lucy e Ígor). “Que orgulho de nossas crianças!” Fred foi super bacana com a gente! Nem tomamos bronca por termos ficado tão pra trás. E todos nos ajudaram!
Então saímos para a segunda perna de bike, esperançosos em encontrar muitas equipes no caminho! Podem rir! Eles nos encontraram! Um mountain bike legal com boa iluminação, evoluindo direitinho... Isso era o que a gente pensava! A Gantuá evoluiu muuuito mais! Apareceu nas imediações do PC 8 numa velocidade alucinante... Scavuzzi disse que tava pedalando horrores! Praaaaaá! Se achando e achando que Mauro tava logo atrás... quando percebeu.. tic! tic! tic!... era Diana dando sinal de luz.. RS! E a Gantuá foi embora!
O dia amanheceu e a gente ainda pedalava. No PC10, pegamos um monte de comida, incluindo um delicioso salame e fomos embora. Só sei que fomos fazer o trekking que subia aquele morro enorme que tinha uma plantação de urtiga, cansanção e espinhos nativos de todas as espécies possíveis e imagináveis! Não dá pra descrever! Já fiz muita Corrida de Aventura e achava que tinha visto de tudo. Mas só indo lá, porque contando, ainda parece pouco. Tranquilo até o 11 e começamos a subida. Dessa vez foi a Makaíra que nos atropelou! Até suspeito que eles tenham descido embolando de lá de cima. Foi muito rápido! Será que tinham um tonel!? Ou uma patinete voadora! Que louco! Eu usava o mapa como escudo. Scavuzzi ficou preso num espinho pela orelha, fez um furo de graça pra botar um brinco. Roupa, cabelo, óculos, os espinhos não davam trégua e pareciam sem fim. E quando chegamos embaixo Mauro resolveu sentar no chão pra descansar. “Maurooo! Levanta!” E ele dizia: “Ah! Cansei!” Empacou, mas foi bem rápido!
Acho que do 10 até o 13 foram uns 20km andando e correndo. Esquecemos completamente do corte às 9:30h. Nem dava tempo de fugir dele! “Quem foi Naninhaaa? Nunca mais tinha tomado corte!” Mauro anotou no mapa dele e esqueceu, rs! Nessa hora nosso apoio já tava impaciente de tanto esperar, querendo que saíssemos logo.
Então fomos direto do 13 para o PC19, por uma estrada de barro gostosa, uns ladeirões bons de descer. Chegando lá, Fred pegou nossas tralhas e nos dirigimos pra natação.
Enquanto choviam os coletes de Lucy e Ígor, a gente atravessava os 700m de natação. Pra dizer a verdade, esse foi o trecho mais delícia de corrida toda. O banho de rio depois que o barro e o suor já estão quase te transformando numa escultura. Quando a meleca do nariz já está preste a lhe asfixiar e o barro já entupiu todos os poros, vem um rio pra melhorar tudo. Gabi parecia um peixinho brincando de jogar água na minha cara. Vale comentar que na natação rola(do verbo rolar, por favor!) uma competição à parte entre eu e Mauro. Ele não consegue admitir que nada pior do que eu, mas sempre venço as paradas.
Fizemos então o trekking até onde estavam os caiaques e começamos a remar nossos 12km finais de prova. Lentos como uma lesma, remamos até o pórtico de chegada em derradeiro, sonhando com a feijoada na casa da mãe de Gabi.
E vamos treinar porque a galera ta voando baixo! Quero dizer que é sempre muito bom encontrar todos vocês. Parabéns a todos! Organização, equipes, apoios! Até a próxima!
Beijos!
Luciana
Aventureiros do Agreste
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